Em teus lábios
Encontrei minha redenção
E lá afoguei
Meu silêncio
Bio
29/01/2017
Rompe em mim
a leveza do céu
e nuvícolas curiosas
são o passeio público
que me conduz
à nova casa
que desde sempre habitei.
Caio Bio Mello
25/01/2017
Dos casulos dormentes
irrompem borboletas roxas
no mausoléu
das tuas solidões
Bio
23/01/2017
Mergulhei fundo
nas tuas ondas
Tempestuosas
e
Temperamentais
Perto do leito
ouvi o som salgado
das tuas lágrimas
E, sem saber se
por alegria ou tristeza,
emergi
de olhos marejados
Bio
21/01/2017
Maravilhosa
ela
enquanto
alcançava meu infinito
como o horizonte
toca o mundo
Bio
18/01/2017
Lá vai a saúva
ela trabalha-batalha
mesmo que na chuva
Bio
16/01/2017
Aquilo que ramifica
Floresce
Dá frutos e cresce
É imensidão
a luz da prece
A paz do universo inteiro
em um abraço
que enternece
com o sabor vermelho
do aconchego de mãe
Bio
16/01/2017
Veste
o terno preto
e as guelras,
mas não esqueças de conferir
os cacos de vidro
nos bolsos da calça.
Bio
10/01/2017
Estás correndo
os vales abertos em meus braços
Teus cabelos
esvoaçam no sol borbulhante
És púrpura
Num sopro, perco-te de vista
mas mantenho tua cascata
que cintila em meu coração
Pulsamos juntos
Bio
09/01/2017
Os lençóis que não serão amassados
O pente que nunca sentirá o gosto dos cabelos
As frutas que jamais servirão de banquete
E o silêncio que inunda a sala com suas águas de veneno
Porque você não vem.
07/01/2017
Caio Bio Mello
Tu me disseste
que Deus colocou
o inferno no deserto
e ali expôs
as carnes do mundo.
Eu te respondi, então,
que quando chega a noite
no mesmo deserto
Deus ilumina
todas as estrelas da Galáxia
para brilhar a areia
e, nessa hora,
o Diabo se esconde
por medo do amor.
02/01/2017