Há
pessoas que queremos bem
sem
ter o menor motivo.
Não
sabemos o por que,
nem
conseguimos lembrar desde quando.
Um
amigo antigo que, por datas, reuniões e compromissos,
acabou
se afastando... Mas que nunca deixou
a
memória de uma vez por todas.
Ele
continua ali.
Numa
bela manhã você, passando por uma lanchonete,
se
lembra: ele tomava café sem açúcar.
Ali
está seu amigo de volta: na sua frente
como
se o ontem fosse um breve relutar do ponteiro.
E,
vez em vez, reencontramos os amigos bons.
Por
horas a conversa dura, recolocando no peito
aquilo
que o mundo afastou mais por descuido
do
que veramente por desejo.
E há, também, o gosto ainda mais curioso:
aquele
querer-bem de uma pessoa recém-conhecida.
Os
olhos batem, a luz reflete e alguma coisa perfura sua mente
sem
que perceba: eu gosto desse cara. Gente
boa.
Não
é por causa das roupas que ele usa,
não
é por causa da educação tem,
não
é por causa de obviedades que ele carrega.
Gostar
de prontidão é gostar nos detalhes.
Um
aperto de mão e um tapa nas costas.
Um
sorriso no canto da boca.
Uma
risada bem no momento que você esperava.
E
pronto. Assim, sem mais nem menos,
como
se a vida não tivesse a menor cerimônia
para
seguir em frente,
temos
um novo amigo no bolso.
Talvez,
os velhos amigos tenham começado como
os
amigos do querer-bem de primeira.
Dizem
as histórias que, num universo paralelo,
almas
já nascem unidas desde sua concepção
e
basta que a vida as esbarre no dia-a-dia
para
que a confirmação dos séculos
possa
aconchegar-se em sua completude.
Novo
ou velho, caduco ou reposto,
remendado
ou reencontrado,
esses
amigos têm algo em comum:
são
muito raros de se encontrar
e
impossíveis de se esquecer.
Caio
Bio Mello
12/05/2014
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