domingo, 27 de abril de 2014

Desbravador

Em meus sonhos vejo nuvens
vejo silêncios e larguras. 
Vejo uma extensa moldura branca 
com suas esguias colunas romanas. 

Eu meus sonhos vejo um pássaro 
de longas asas negras
que doma o céu com sua brutalidade. 

Eu meus sonhos vejo cordas,
amarras, correntes. 
Vejo os ponteiros fuzilando corpos
e separando almas. 

Vejo, nesse exato momento,
esses meu sonhos.
E, com um frio na espinha,
percebo que eles me veem a mim. 

Das razões do amor

Amar é
dever da carne 
e condição da alma.

Caio Bio Mello
27/04/2014

Haikai da perseverança

Atrás da maré
Existe o homem que nada
Em busca da fé.

Caio Bio Mello
27/04/2014

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Zu spät zu Spass

Nun,
Lass mich ruhig
Ich muss allein sein
Ich bespreche jetzt nur mit Sternen
Niemand wird mir verstehen

Ich beschäftige mich mit der Dunkelheit
Wie kann ich es erleben?
Möglicherweise heisst es "Meine Seeledunkelheit"

Ich weiss noch nicht warum,
Aber wahrscheinlich 
Gibt es neue Worten kennenzulernen

Zum Beispiel: der Tod. 
Der Armut. Die Schwerigkeit. 
Diese Worten teilen sie 
Und bleiben still in meinem Kopf

Sie tun mir weh. 
Immer mehr. 
Aber es ist mir egal. 
Nur die Ruhigkeit brauche ich in diesem Moment. 

Caio Bio Mello

domingo, 20 de abril de 2014

A estúpida inteligência



Sinto agora, dentro de mim,
uma vontade inegável de ser infinito.
Eu tenho absoluta certeza de que
apenas uma vida não será o suficiente
para que eu possa completar tudo o que desejo fazer.

Sinto que minha existência pode se esticar, dobrar
e dar voltas ao redor de mim mesmo.
Sinto isso como uma leve brisa que bate em meu rosto
e que anima meu sorriso.

E, ao mesmo tempo, sinto-me um completo imbecil.
Tenho certeza de que tudo o que eu fiz até hoje
não tem o menor significado
e que eu necessariamente não vou deixar nada para trás.

Sou apenas um retardado que acha que sabe alguma coisa,
que decorou frases de efeito e sai pela rua repetindo elas
como se isso fosse algo mais do que um macaco treinado
para fazer repetições que agradam ao público.

E tudo isso existe em mim – em minha carne, em meu peito.
Isso borbulha por detrás de meus olhos
e revira-se por dentro do meu pensar.

Talvez a minha imensidão caiba num frasco de vidro,
assim como todas as outras loucuras da vida.
Esse sentimento agigantado pode ser nada mais do que um breve olhar
ou um sonho estúpido de um homem ainda jovem
(que ainda não conheçou o mundo de verdade).

Ou – quem sabe? – talvez a minha própria limitação
seja aquilo que me faz imenso, que me torna eterno.
Talvez os meus sentimentos e minhas fraquezas
sejam o verdadeiro ponto que me torna único.

De uma forma ou de outra, ao arremessar a moeda ao ar,
a cara e a coroa alternam-se nos rincões do Universo.
Realmente, neste momento, a conclusão não faz a menor diferença.

Porque descobri que
devorar a minha fera significa me tornar, eu mesmo, ela.

Caio Bio Mello
20/04/2014

segunda-feira, 7 de abril de 2014

sexta-feira, 4 de abril de 2014