Let them
live, age,
rust and die
Bio
sábado, 25 de março de 2017
sexta-feira, 24 de março de 2017
quarta-feira, 22 de março de 2017
Águas de março
Eu vou me encharcar
nessa chuva fria!
Disse ele,
enquanto ria
e admirava as profundezas
dos olhos dela.
Bio
21/03/2017
Da série Miudeza
sábado, 18 de março de 2017
Teus braços
Haja
teto ou não, pouco me importa,
pois
eu, desnorteado nômade moderno,
enfim
encontrei minha morada
e
aqui viverei em paz.
18/03/2017
Peixaria
Eis
o peixe aberto
as
entranhas expostas e as guelras ainda vermelhas.
Sua
carne seccionada em plano sagital
presenteia
o animal defunto
com
o corpo em formato de asas
para que levante voo
e
desfrute, enfim, dos sonhos que nunca viveu
em
sua curta existência.
Caio
Bio Mello
18/03/2017
Voadora
Os
metais unidos
Todos
concentrados
Asas
penas bicos
Elefante
branco
Com
pernas de pau
Toca
saxofone
Tantos
braços dedos
Brilha
o sol na roupa
Gladiador
de plástico
Maria
odalisca
Os
bumbos explodem
No
aterro
do
ferro
no
aterro
meu
Deus
só
se vê é multidão
Caio Bio Mello
O choro
Lábios,
rios
e
silêncios não contados
meias
palavras em branco.
A
ruidez fluida
de lágrimas no rosto.
A
água e o sal deslizam
suavemente se unissolvem
nos
vincos das agruras da vida.
O
peito oscila encostado ao meu.
O
choro.
Não
posso contê-lo. Não me pertence,
não é desta curva que se
origina.
Posso
simplesmente abraçar
e
esperar pacientemente que termine.
Caio
Bio Mello
18/03/2017
quinta-feira, 16 de março de 2017
Em meio ao lixo
O rato de pelos sujos
toca seus sonhos num violino
usando como arco
seu rabo calejado.
Bio
16/03/2017
Da série Miudeza
domingo, 5 de março de 2017
Petit pauliste
Nesta
noite
serei
embalado por uma luz tenra
que
me cobrirá
e
seremos a vida
da
garoa que refresca as flores nos jardins.
Caio
Bio Mello
05/03/2017
O poema de três faces
Der Schiff
As
correntes que se aprofundam
numa ancoragem que nunca
existirá
Não
se vê o leito
Das Meer
Ich brauche mehr
Der Kapitän
A
viagem é longa. Algumas marcas se afogam.
Outras
emergem.
Caio
Bio Mello
05/03/2017
Small talk
This
table and a scotch.
I
watch as you sit at the chair before me.
Our
eyes meet
or maybe we have met
before.
I
think about other lives, a parallel Universe.
But
you...
You
softly giggle.
And
it’s all I have ever needed in this whole damned life.
Caio
Bio Mello
05/03/2017
Paz
Sinto
o coração da terra
que
vibra como uma revoada.
Respira
a vida
na
luz
gota após gota.
A
atração sagrada do propósito.
O
ciclo de chama, cinzas e adubo.
Germinosfera
a
biota desgarrada.
Essa
parte próxima
que
é infinita. Eu posso ouvi-la.
Escuto-a
novamente, depois de tanto tempo.
É
como matar as saudades de si mesmo.
Um
abraço quente, que lembra a infância.
Passos
sonhos imensidões risadas
eu
sinto. Tudo.
São
muitas cores,
policromatia.
É
um dom e precisa ser livre.
Pertence
à vida, sempre foi dela.
Nesse
exato momento,
a
vida urge e urde. Eu posso ver.
É
maravilhoso.
Caio
Bio Mello
05/03/2017
quarta-feira, 1 de março de 2017
Heroína
A mulher maravilha
Conta o troco do bicho
Sentada numa mesa de plástico
Com logotipo de cerveja
Bio
01/03/2017
Da série Miudeza
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