Carregai
meu corpo defunto
por entre as cinzas ruelas
calçadas de
paralelepídedos
e contratai as melhores carpideiras
que
marejarão olhos assentimentais
enquanto alguns
balbuciam feitos inexistentes sobre mim.
Não
impeçais que meu grosso sangue hemicoagulado
escorra, lento e pegajoso, por meus
membros.
Deixai que meus últimos
líquidos
atinjam o chão e adentrem as frinchas
do piso tosco.
Logo,
a subterra inflará
e vereis
meu
rubro desvenulado alimentar
plantas decrépitas que romperão o
piso
e
brotarão flores canhestras
para que libertem, enfim, o cheiro
do pólen nauseabundo
que
me enojou pela vida inteira.
Caio
Bio Mello
05/11/2017