Desconheço teu
jardim
de
espinhosos meandros.
Os
galhos cospem
a seiva de piche.
Rastejam
quadrúpedes veículos
com
motores rasgantes de audição.
Já
perdi minhas chaves nas folhas
entre a relva e o carvão
dos caminhos
que desfamiliarizo.
Na
selva, não encontro portão.
A
perda a resvalar entre releva ou revela.
Mostram-se
translúcidos atos fuscos
entremeados na fumaça (tropical fog).
Não
sei mais discernir
e meus pulmões, que antes enchiam,
chiam sons
estridentes.
Restam
meus dedos
que cravejo fundo no solo putrefeito.
Enraízo
minhas falanges na ânsia por osmose,
mas não há absorção.
Eu, absorto, observo. Então, cavo.
Rasgo um vácuo novo,
recente,
e descasco
aquela terra imunda
até abrir rombo o
suficiente
para dar à
minha sombra a merecida cova.
Caio
Bio Mello