Perdoa-me
o silêncio,
mas
a vida me incomoda.
Permaneço
perturbado,
em
meandros dentro de mim mesmo
e
hoje acredito que não há mais escapatória.
O
labirinto cresce em demasia ao meu redor.
Já
não encontro janelas, nem portas,
nem
leitos, nem contracenantes.
Apaziguo-me
na tentativa de permanecer inerte,
sem
nem ao menos perceber que isso me consome,
me
corrói por dentro. Estou apodrecendo.
Crio
meu invólucro de pequenas mentiras
e
aprofundo-me no manto da mediocridade.
Aquilo
que deveria ter sido,
mas
nunca atingirá seu auge.
Afugento
meu espírito de meu corpo
para
que possa viajar por ambientes menos inóspitos.
E
a carcaça continuará maquinalmente existindo
ao
rodar em círculos
criando
suas tempestades ridículas em pequenos maremotos.
E,
assim, com o passar dos anos,
regredirei à primordial condição
de
semente.
Caio
Bio Mello
03/03/2015
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