DESMEMBRAMENTO
Assim como os
pedaços de mim perdem-se ao chão,
consumo-me.
Em
meu sangue
navegam
as dores
purulentas
tristezas
que se dissolvem e se
regeneram
(de)gênesis do que fui.
Nesta
antrorrevelação
seguem
caminhos tristonhos
(segue
o meu baú com sonhos)
em
veredas mil sombrias.
Uma
palma solitária sem dedos
silêncio contínuo de hipofagia
ramificação
de todos os medos
seguem
sufocando o que antes havia
Maybe
I should
Cry
for help
A
besta solitária no degredo
anda
com as patas na neve fria.
O
sol não brilha, mesmo ainda cedo,
e
o animal afoga-se na agonia.
Maybe I should
Kill myself
E
como saber o que é o presente?
Ele
não fala, nem sofre, nem sente...
Uiva
para uma Lua que inexiste.
[O
corpo dança. Suave.
Transgride
as linhas perpendiculares.
Permanecem
oblíquos os olhares.
O
piche se distribui. Não há olhos,
nem
se reconhecem os limites da silhueta.
O
que é aquilo?]
Resta-lhe
permanecer no caminho,
pois
lhe impuseram que fosse sozinho.
Cambaleante,
seu corpo persiste.
Se
pudesse optar, se soubesse permanecer,
se lhe permitissem abrir
os olhos!
Ele não
sentiria mais frio. Nunca mais.
Porém,
é pedra solta de construção demolida.
Seus
olhos perscrutam a neve e a imensidão do mundo.
Nem
neste globo gigante, nem na infinidade do Universo,
em
nenhum rincão
jamais
caberá tamanha tristeza.
Caio
Bio Mello
26/05/2015