Aprofundo
meus
pés na relva.
Caço
árvore
de
seiva única
enraizada em mim.
Engalfinho-me
nos galhos
oscilo-cipó e atinjo a
polpa.
Colho
o fruto
saboreio
o conteúdo
entrelaço meus dentes e
seu fago.
Esse
rito pedúnculo
ensementeia minhas mãos.
São,
planto o grão
que
cresce,
floresce, robustece.
Grão
raiz
raiz
caule
cubro
com o rubor do orvalho
caule
tronco.
A
reza breve
por
agradecer o sacrifício.
Deito o tronco ao chão.
A
lasca afasta
a
arisca
casca.
Cascando,
eu canoo.
Minha
microembarcação apronteia-se
rápida
e
já desliza sull’acqua.
Cá,
canoo.
Basta
um remo para irmos a esmo ao ermo.
Chego
sem demora.
Aceno ao oceano em festa. Estou.
Meu
corpo se enguelra.
Esgueiro
rápido nas correntes.
Pelicanos
me pelicam
estou
desfeito
em
mil milhões de farelos.
Sou
a areia na praia, a construir os castelos
nos
sorrisos dos pequenos.
O
piso de enraiar as palmeiras.
A
carícia à beira-mar.
Sou
o céu e o sal.
Caio
Bio Mello
15/07/2020