quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Camara

Fecha as estrelas
fecha o ato
fechamos nós
e fecham vocês.

Vem, junta mais pra cá
que a gente é parte do mesmo grito rouco
dessa vontade de dar mais risada.

Sim, o riso-bom, riso-suave de gente boa.
Cor das estrelas nesse verde-céu
no mar do teu sabor, meu bem.

Riso vontade de gente que se sente
sempre, sempre mais.
Ô, menina.
Levanta daí duma vez.

É a verdade dos nós de nós mentiras
verdades vedadas por tu
você mesmo que foi pra lá.

E, se já sabe, cê sabe.
Se eu tivesse mais areia ia ser mais fácil,
mas assinzinho tá ficando difícil
de te mostrar as coisas.

Passo vontade, ô se passo.
Me perco de novo e de novo.
É uma bagunça, é desigual.
Não dá mais, eu juro que não dá, poxa.

Começa a doer depois de um tempinho, sabe?
A gente vai dançando, fazendo de quem não se importa,
fazendo versinhos fáceis pra esse espetáculo que ri
e o povo vai achando mesmo que não tem nada de errado.

Mas tem. Eu juro que tem.
Vai ficando tudo meio que apertado.
Ainda tá colorido, eu sei.
Mas a cor agora é diferente.

Mas que que eu posso fazer?
Nasci sendo um louco perdido
que sabe imitar muito bem o teatro da vida.
E o riso rouco é nós.

Caio Mello
25/11/2010

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