O mundo
é feito de dobras
e intersecções.
Tudo é muito,
é mundo louco.
Nascer é botar o pé
no tudo,
começo de nada.
Respeitar o ciclo,
bater o tino e o pino
no fino conhecimento do ser.
E o ser é sorte?
Seria esquecer?
És que ser?
O ser é pouco, quase nada.
Viver é boi, é boiada.
A continuação de poucos
em muitos
e, talvez, em mais ninguém.
No tempo de recomeçar,
já estamos velhos, grisalhos
e amargurados.
Estar no mundo
é puro desespero.
É desatino da alma!
Pela frente, vejo mil cores.
Dez milhões de caminhos
Bilhões amores...
O tempo que se gasta,
que se consome.
Eu, por exemplo,
e meu versos...
Revoltos, desconexos!
(e não haveria o eu sem eles)
E talvez essa simplicidade
porca que nos assola.
"Morto de atropelo
aos doze anos de idade
quando atravessava a rua
para comprar pão."
Mundo cão.
Um dia, tudo é tudo.
Confuso!
No outro...
Tudo é nada, é ridículo.
O baú de cada um
carrega suas dores
e seus pesadelos.
Só o baú sabe.
Lá muita coisa cabe.
E o mundo que se acabe...
Já se acaba talvez.
Aos poucos, sem percebermos.
No mais profético silêncio
na calada da noite.
Morremos.
Caio Bio Mello
27/02/2014