quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ao botar os pés no mundo

O mundo
é feito de dobras
e intersecções.

Tudo é muito,
é mundo louco. 

Nascer é botar o pé 
no tudo,
começo de nada. 

Respeitar o ciclo,
bater o tino e o pino
no fino conhecimento do ser.

E o ser é sorte? 
Seria esquecer?
És que ser?
O ser é pouco, quase nada. 

Viver é boi, é boiada. 
A continuação de poucos 
em muitos 
e, talvez, em mais ninguém.

No tempo de recomeçar,
já estamos velhos, grisalhos 
e amargurados. 

Estar no mundo 
é puro desespero. 
É desatino da alma! 

Pela frente, vejo mil cores. 
Dez milhões de caminhos 
Bilhões amores... 

O tempo que se gasta,
que se consome. 

Eu, por exemplo,
e meu versos...
Revoltos, desconexos! 
(e não haveria o eu sem eles)

E talvez essa simplicidade 
porca que nos assola.
"Morto de atropelo 
aos doze anos de idade 
quando atravessava a rua 
para comprar pão." 

Mundo cão. 
Um dia, tudo é tudo.
Confuso! 

No outro...
Tudo é nada, é ridículo. 

O baú de cada um 
carrega suas dores
e seus pesadelos. 
Só o baú sabe. 
Lá muita coisa cabe. 

E o mundo que se acabe...
Já se acaba talvez. 
Aos poucos, sem percebermos. 

No mais profético silêncio 
na calada da noite. 
Morremos. 

Caio Bio Mello
27/02/2014

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