A
supernova numa explosão infinita
os
confins de tudo, princípio de espaço.
Os
pequenos olhos-guaraná
que
voam despretensiosos
por
tudo aquilo que existe.
Vamos
deixar para trás
As nossas
roupas tão tristes
E
voltar os nossos signos
Para o princípio de espaço.
A
órbita translúcida de cada cidadão.
De
pastas, ternos e luzes
é
feito o mundo.
(na
cidade, já não se veem tantas estrelas)
Permanecemos
na ausência de gravidade
assim
soltando-nos a esmo
como
se pudéssemos descrever
um
arco elíptico
por
pura inércia.
Sou
arremessado, atravesso
e
dou meu primeiro passo
na Lua
A
small step for a man
a
giant leap for mankind.
Assim,
deitados,
o
céu do meu quarto é estrelado.
Você
sempre soube disso
e
me desculpou pelas minhas incompletudes.
E
cada ponto eu conto
Sideral
Meus braços desavisado
brilho
eterno
Um
homem de arrependimentos
Vejo aqui uma constelação ela
se forma
assim
de contornos tão simples
Será
nova? Ignota?
A
Ilha Desconhecida à procura de si mesma
meus
dizeres não se propagam
pelo
vácuo
Não
se sente frio nem calor
a minha máscara de astronauta embalado
a vácuo me permite sussurrar
(somos todos mascarados)
Será
que há vida fora da Terra?
Se o homem já pisou na Lua, como eu
ainda não tenho seu telefone?
Eu
madrugado, de costa estrelizo
Explodo
o que sou de proborboleta
Liriscéu
é porta do Paraíso
Assim,
no rabo de um poecometa
[A
bailarina gira
abre
suas mãos
como
se fosse um arranha-céu
perfurando
a realidade oxigênio,
ela
agora respira sonhos]
Eu
quero ver e ouvir the dark side of the
moon
Para
essa ver sua nova faceta
O
teu lado doce, macio e liso
Poder
sonhar com um novo planeta
Onde
as árvores crescem do lirismo
Brotamos
do chão, tu e eu,
no
nosso selfbigbang
recomposição
da primordial sopa.
Nossos
corpos desenhados por lava
Mas
nossos destinos giram em órbita
Nem
tivemos tempo de resfriar
E
me sobrou a tarefatlas sórdida
Falta
a Terra, me resta sempre o ar
Apolonze
não da terra escapava
Como
fincar bandeira se não há sustentação?
Mas,
em verdade, primeiro havia os vikings
e
a solução já havia sido posta. Eu que a ignorei.
Retornamos
pelas auréolas cósmicas
para
não ficarmos somente em órbita.
Procuro
desviar minha rota
pela
atração gravitacional que sinto por você.
Porque
eu sou feito de estrelas cadentes,
na cadência bonita do samba,
permaneço
na esperança
de
haver decifrado o meu pedido.
[Benza,
pai,
o
meu pedido não é concreto.
Quero
que me digas
exatamente
o que pedir na forma desse pedido.
Não
preciso da resposta,
apenas
da pergunta.]
SINTO-ME ATRAÍDO
POR ESSA VONTADE
DE ME PUXAR
INTERESTELAR
Eu já não consigo fugir
São
os olhos de ressaca,
olhos de cigana oblíqua e
dissimulada
que
me buscam, me atraem, me puxam,
me
degeneram
e tudo o mais
que resta da Galáxia
será devorado vorazmente
numa
desconstância gravitacional sem limites
puxando comendo devorando, esse
nosso
buraco negro.
Caio
Bio Mello
23/01/2015