Em homenagem ao
jacaré Sandro
Eu
voltei a ser pássaro
o
sobrevoo tranquilo
de
uma chuva suave
seguida
do sol acolhedor.
Tocar
a terra, a grama.
De
asas abertas, o horizonte me sorri.
Descanso,
olhos fechados.
O
momento, por si.
Deixei
o concreto, o asfalto, o aço.
(sentimento
abjeto)
Assim
nada no lago o jacaré
livre
das amarras, do preconceito.
Ele
não se importa com qual a fé
que
professa mesmo qualquer sujeito,
nem
em saber quando viver até.
Bem
na água do lago, ali é seu leito:
seja
Amazonas ou igarapé
qualquer
trecho de rio, solto é perfeito.
Por
ser mais réptil, menos sub-reptício,
dar
às coisas devido novo início.
Por
ser mais terra, planta, mais carnal.
O
novo começo de raiz.
Limpar
do sangue o deletério vício
de
viver sempre regrado artifício.
Viver
a vida no estado animal.
A
construção acolhedora da terra,
a
arquitetura magnânima das
formigas e dos cupins
a morada dos sonhos, das estrelas.
Como
rosa, vento, inseto, asa:
eu
voltei para casa.
Caio
Bio Mello
06/03/2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário