terça-feira, 13 de janeiro de 2015

domingo, 11 de janeiro de 2015

A cria



Ele sempre teve ombros largos.
Poderia tê-los usado para nadar.
Mas não o fez.
Usou-os para suportar o mundo
e
me criar.

Caio Bio Mello
11/01/2015

domingo, 4 de janeiro de 2015

Eussilêncio



Não há lirismo
que sobrepuja
este momento.

Não porque a Poesia acabou,
mas porque estou derrotado.
Venceu o mundo.

Caio Bio Mello
04/01/2015

sábado, 3 de janeiro de 2015

Soneto do Novo Poeta



Palavras têm gosto de mandarim
Ouço em mim toda profunborboleta
Minha borboliberta clarineta
Explodindo as mil cores do clarim

Raia no peito o homovioleta
E, ao fundo, dez cães cantam em latim
Uma auladainha com bandolim
Que descreve a origem do planeta

Eis o reprincípio do loupoeta
Conhecendo nova palavralfabeta
Rimando mares dantes navegados

Ao burilar o si no ser de novo
Nessa reumáquina do loucomovo
Com desapenas o vento ao meu lado

Caio Bio Mello
03/01/2015

Sail



O homem cruza espaços e oceanos
em gritos, pulos e asas.
A água que lhe chega nos lábios
é da cor da vida longa.

Navega, distante, por barcos e distâncias
memorizando em si um destino que não existe.
A onda é tranquila. É mar. É oceano.

Desliza o homem seus braços pela correnteza
não se sabe se é dor, se é vivente
ou imensidão.

Amar o que se ama, vencedor da morte.
Atrás dos olhos a infinitude das estrelas
na doce Via Láctea Oriental.

Soubesse, talvez infame, a desrazão do que
deveria ser lido...
As profundezas dos raios
que retumbam na alma densa (não flutua).

Jamais pertencerá. Incógnito.
Rasgado em farrapos e algo de si
que não é areia, nem peixe.
(tubérculos flutuantes)

A vaela distante em dilatação.
Doces pupilas oníricas
pelo novo raiar.

Mundo e nuvens. Na praia.

Caio Bio Mello
03/01/2015