domingo, 9 de junho de 2013

Haikais oníricos




Teatro

Chegando de noite
na virada do meu verso
a máscara cai.

Saudades

Se fomos eternos
ou se nós morremos jovens
eu não sei dizer.

Nimbo

Hoje eu sei voar,
conheci uma menina
no meio das nuvens.

Hiato

As pernas de anões
fizeram pular o pântano
das negras tristezas.

Fábricas

Escadas rolantes
em máquinas de brinquedo
são comerciáveis.

Batalha

Vem, pai, eu te ajudo.
A gente já não tem medo
porque é tudo sonho.

Dor

Ontem me doeu
esse canto do meu corpo
que eu nem conhecia.

Humilde

Perdoa meus versos
eles não são tão elásticos
quanto são meus olhos.

Voo

Eu passei voando
naquela noite estrelada
na minha janela.

Manuel

Vem! Vem! Vem comigo.
Nós esquecemos e vamos
viver em Pasárgada.

Caio Bio Mello
09/06/2013

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