Eis o
destino com medo de nós
olhos
cansados no topo do m(h)orror
como se
pudéssemos fugir de pequenos pesadelos
e
estivéssemos inseridos em grandes sonhos
O dessonhar
descabido do fim do carnaval
a apoteose
múltipla dos sentidos perdidos
e dos homens
sem dono
e das
madames nas praças bonitas
É o silêncio
que se vê
que se
(pres)sente
no mais
recôndito dia do ano
(aquele
trinta de fevereiro que passamos juntos)
Sem que
pudéssemos identificar o que nos faz falta
estamos
defasados de nós mesmos sem saber ao certo
o que nos
significa durar para sempre
ou morrer
para o nunca
Um milhão de
caminhos se dobram em minhas vistas cansadas
em versos
que não se coadunam
que não se
amam que não se multiplicam
que se
perdem numa grande montanha de papéis sem n(s)exo
A carne se
resse(a)Ca
desdobra-se
nas minhas ranhuras nos meus perderes
nas minhas
faltas de certeza e nas dubitáveis noites de domingo
das quais
até o bomDeus duvida
Não culpo
nem julgo nem aceitou nem nego
furam-se os
olhos as vistas e os intestinos
com grandes
úlceras do con(cre)to moderno
Ao procurar
o belo se perdem e se desjuntam
e perdem os (l)imites
e verbos sem a menor graça
sem a menor
semântica que os pusesse no mundo
Ao som da
valsa os cadáveres boiam
pela luz da
madrugada
e meu peito
arfa ao som de uma música que desconheço
mas que meus
ouvidos já sentiram uma vez
Falham os
dedos... Falham os dedos
momentâneo
dessaber de conti(nu(a)ções)
ei-las todas
(des)necessárias
o melhor
então... Aposento(á-las).
Caio Bio
Mello
09/03/2014
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