quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Pleurobséquio



Demônio
puxa em roda
bate volta
depois afoga

Pouco tempo passo solto muito
vago sou
eu vago
vago soul

Os cnidários e celenterados
todos numa eterna orgia de bem-querer
esse amor fraternal
distante dos homens
e não plenamente compreendido pelos animais

No topo do morro já vemos
Morro em cima da existência
no princípio de deixar o mundo

Uma fina ideia doce querer
desejo dos lábios rachados
 - o que é a verdade senão nós mesmos
nus no espelho?

Soltos, perdidos, acochambrados
Porque arredondamo-nos

Perdeste as quinas, menino
Eis as beiras manicômicas
Irrisórias meninas aquém do esperado

Sonhos adolescentes fazem bem as cabelos grisalhos
Um silêncio novo e pouco
O barulho muito do pouto peito pouto neito louco

Não há mais necessidade
Eis a conta do banco: números congelados
Enquanto na rua o seu sorvete se dissolve

Por que não aproveita? Mas está muito ocupado
Preso demais
Tentando arfar pelas guelras

Pseudocaixatorácica de peito vazia
Não adianta: jamais baterá
aquilo que você um dia
tentou chamar de coração

Na realidade batem as pedras
TUM TUM TUM TUM
Pedras e pedros pedram todos juntos
Nesse melidre destravado
No trote do mundo sem troco

Ei-lo: com o chapéu do frevo na mão
Agoramente alcançando o Firmamento
Vamos sorrir
Pois é hora de sorrir

Caio Bio Mello
14/08/2014

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