Sinto
não ser parte de minha carne
Sou
nesga de uma alma corroída
Que
não sabe se morre na partida
Ou
se vagabundeia sem alarde
Sou
da solidão mais escura parte
Cru
silêncio que impera e me intimida
E
devora, carnívoro, a ferida
Fazendo
do podre cadáver arte
Eu
me sufoco por falta de afeto
Deformado
o ser, se define abjeto
Busca
no frio carícia aleatória
Mas
que jamais conquistará resposta:
A
matéria já está decomposta
E
a solidão não deixa escapatória
Caio
Bio Mello
26/11/2014
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