sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Campa

“Mas a terra dada não se abre a boca”
(Morte e Vida Severina)

Ei-lo, em mim, o meu sepulcro belo
que me protege tal qual um castelo
Tê-lo perto, fundo, me faz um elo
entre este mundo e outro paralelo

Vida e morte num eterno duelo
o pó da carne, moído farelo
A nesga que com tanto zelo eu zelo
que guardo em armário, quase amarelo

Algo que rasga, rosna, sangra e fere
que se marca do pesado flagelo
Que veda o Bio e também veda o Mello

Não é libélula, mas é libelo,
o rosto que todo dia revelo:
o envolto sepulcro da minha pele.

Caio Bio Mello

12/02/2016

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