Há
algo na selva
que corre
desliza
no mato
olhos
à espreita.
Que
queres de mim?
Serei a presa.
O p(r)eso nas costas.
És
animal caçador
inconfundível tato.
Tu tens de mim o cheiro do olfato.
Sou
o silêncio, a falta de desejo
desilusão.
No
inverno, os corpos tremem mais.
Há
silêncios difusos e ideias mal colocadas
És meu pior
castigo.
Meu
fardo, meu amigo.
Tudo
que sempre busquei, sem nunca desejar.
Essa
ideia limitada, mal posta (colocada como a mesa da família que passa fome)
Tens fome porque és selvagem. Vives
de mim, de meu corpo.
Alimentação
de
meus nervos
seus dentes pálidos
cobertos pelo escarlate
das minhas tripas
evisceradas.
Hoje
é dia de banquete.
Mas todos têm sua vez.
Talvez reencarnes (um
dia) como a presa
que dilacerarei numa abocanhada
sedenta.
Caio
Bio Mello
29/05/2016
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