Traz-me
de volta à vida.
A
flor de pétalas azuis
que
bate asas, sobrevoando o silêncio.
Eu
sinto o seu perfume correr
pelas
minhas veias,
ouço
o uivo de suas pétalas
na
dança helicoidal da imensidão.
Conduze-me
à luz,
leva
meu corpo de volta para lá
de
onde eu nunca deveria ter saído
Cá
onde estou
há labirintos
caminhos tortuosos
desconheço
os limites
Posso
despir-me de minha pele agora.
Estar nu comigo mesmo.
Rastejo
e, no sangue, escrevo minhas palavras
meus
versos
A
planta cujas raízes aprofundam-se em meu coração
A
cada batida
batida
batida
sístoles e
diástoles
batida
É
mais forte que o álcool, que os foguetes,
é uma fome constante que
tenho de algo que me pertence
De
cor azul. Assim é o céu, o oceano, a flor. Algum automóvel.
Tenho
pernas tortas, pés errantes (errar é humano).
Por isso, o bencaule. Meu
pedúnculo.
Há
um depósito imenso. Todas as caixas catalogadas, numeradas.
Indispensável
haver espaço.
É
unifloresta, capaz de produzir todo o oxigênio
de que necessito, por um período de
um século.
Dizem
que, no auge, é capaz, inclusive, de saciar a fome
Mas isso ainda não me ocorreu. Sou
famélico.
Sou
eufórico. Desregrado. Por isso mesmo.
Talvez, eu tenha perdido muita
coisa.
Isso
é o ideal. Espremer a pessoa até que lhe reste a essência.
Sobrevive a flor.
Impressionante.
Caio
Bio Mello
06/08/2016
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