sábado, 11 de dezembro de 2010

Perplexidão

Os sons do curto no espaço.
Um caminhar destemido e nenhum destino,
como se a relva fosse uma necessidade.

Reve, reve, reve.
Deslizando seu momento, caminhava.
Ali, na umidade
e no cantar de algum pássaro que desconhecia.

Verde infinito.
Verdejando estreitamentos no horizonte,
não-se podia caber em sua visão reta.
Era oblíquo demais para isso.

Reve, reve, revezando
alguns poucos passos destemidos
como se o chão fosse uma delícia degustada aos lábios.

Desgosto deixara para trás.
Era. Era ali. Um silêncio.
Como uma vontade verdada de verdades reconstruídas.

Fora em outros espaços.
Mas estava entediado.
Fora o tempo de tempos atrás.
Agora sorria mais uma vez.

E queria. Almejava o verde no fim do mato.
Matejava o verdume de um homem qualquer
que busca um ignoto motivo para seguir adiante.

E seguia! Naturalmente.
A vida agora lhe parecia um simples
cadenciar de certezas.
Era. Podia ser. Fora. Seria. Será.

Seria o for, força do ia, for-se-ia,
homem comum.
Sim, homem qualquer.
Qualquomem.

Entendia agora a vida como um horizonte fixo.

Caio Mello

10/12/2010

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