sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Viajantes



Eu vejo passar diante de meus olhos
constelações inteiras.
Estrelas, planetas, galáxias, o universo indomável.
Eu vejo tudo, estou presente em todos os lugares.

Eu sinto cada suspiro, cada sorriso,
cada sussurro de coração.
Todos estão juntos ao mesmo tempo.

Não há passado, nem presente, nem futuro.
Não há nada que nos separe.
Somos todos um só momento
num só dia.

Porque, quando estamos imersos no espaço sideral,
não há dia nem noite.
Deixamo-nos flutuar pelo infinito eterno.
Nossas almas se misturam e se tornam uma só.

Atravessamos a imensidão com a fúria dos buracos negros,
com o brilho e o calor das estrelas,
com a vivacidade do planeta Terra.

Nossa própria existência dilui-se em prol de um bem maior.
Somos grandes, somos poderosos.
Vivemos num eterno gozo.
Finalmente, aprendemos a celebrar a vida.

E nossa festa não tem fim.
Em abraços, beijos e dias incontáveis.
Saboreamos tudo que nos é concedido.
Amamos mergulhados em uma paixão imensurável.

E o amor se multiplica com facilidade.
Nosso coração arde em chamas num incêndio apnéico.
Amamos nossos familiares, nossos amigos,
nossos irmãos, nossas mulheres.

E nunca mais olharemos para trás.
Jamais sentiremos novamente aquela ponta de solidão
que nossa alma jorra em nossa face
quando as cordas perdem o tom.

Não lembraremos do não-aproveitar antigo.
Não saberemos mais da morte.
Ninguém verterá mais uma lágrima sequer
e não haverá mais luto.

Apenas júbilo.
Eterno. Multifacetado.
Criativo. Infinito.
Inocente.

Caio Mello
01/02/2013

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