Algo
em mim morre
se
esvazia
esmorece.
Sinto
no meu peito
a
imensidão de bibliotecas vazias
músicas
surdas
jardins
estéreis.
Meu
fôlego ofega
meu
coração dispara
e
meus olhos já não querem mais se abrir.
Sou
opaco. Cinza.
Meu
corpo se deforma e se desfaz.
Minha
personalidade é porosa.
Outra
parte em mim cresce
se
expande
me
domina.
É
algo sombrio
que
nunca antes vi em minha vida.
É
grotesco, disforme.
Crescem
veias entupidas de chorume
um
ódio preto e denso
que
me causa acidentes vasculares.
Já
não enxergo bem
não
vejo direito.
Não
sinto sabores, mas como com voracidade.
Alimento-me
como se todas as comidas do mundo
fossem
desaparecer nesta madrugada.
Tal
antítese dicotômica faz-me manter a mesma aparência
(talvez
um pouco mais inchado)
Permaneço
sob a mesma pele, o mesmo rosto.
Será
que vão perceber que sou um monstro?
Caio
Bio Mello
13/09/2014
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