Nada
do que escrevi até hoje
faz
o menor sentido,
nem
tem a menor utilidade.
As
palavras se perdem – não se prestam,
não
se prendem, muito menos se delineiam.
Meus
versos serão abafados pelo esquecimento,
perdidos
em algum canto do mudo
sem
o menor peso ou qualquer significado.
E
tudo pelo que lutei, tudo que busquei conceber
na
vã batalha do lirismo
não
passa de mediocridade insensata.
Palavras
a esmo. Tempo desperdiçado.
Rimas
raquíticas.
Letras
e mais letras completamente estéreis.
A
degeneração humana.
Força
desperdiçada,
ideias
cuja prudência as proibiria de existir.
(mas
sou imprudente)
Tudo
o que fiz jamais se prestará a algo.
Um
grande conjunto de merda.
Notória
estupidez de alguém
que
se sentiu sufocado em pleno ar,
largado
em abissal ausência de originalidade.
Que
morram os versos. Todos eles.
Vou
afogá-los na privada
de
algum banheiro público.
Queimá-los
junto com todas as roupas para
finalmente
andar
nu
pelas
ruas da cidade.
Caio
Bio Mello
30/09/2014
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