Destino,
oh, Destino,
formosa
distância
entre
o presente e o futuro.
The yellow brick road
Tuas
obviedades não mais saciam
o
meu pensar. Não sou teu patrimônio,
não
pertenço àquilo que nomeias fatídico.
Eu
sou o vazio do silêncio
a
reprodução da humanidade
o
canto em bando dos genes
a
necessidade da carne
os
cabelos gris.
I
am the child-color inside my mind.
Permita-me
desconhecer
minha
causa mortis.
Deixa-me
respirar por dias e mais dias seguidos
sem
que reconhecesse motivo algum
em
tal ausência de privação.
O meio o começo e o fim
Juro
por minhas carnes amar e lutar,
na
fúria pelo sabor das nuvens
e
a ânsia dos pulmões.
Repassarei
o que é meu
(e
que o é de bom tamanho)
pela
sequência que se faça vitoriosa,
após
uma miríade de seres.
Alea jacta est
Rostos
enfileirados e soterrados
em
pilhas
como
se a origem de um homem
fosse
diversa daquela de seu similar.
Virá
a derradeira vida, já mal concebida em seu ventre,
no
posecatombe apocalíptico, sendo parida
para
amargamente perceber
que
seu fim brotou de seus ascendentes.
É
isso, Destino, somos todos falhos.
Nossa
natureza verga o idealismo
e
transforma em ideais totalitários.
Então,
ao menos, dá-me o prazer da poesia
(esta
breve irreverência que mantenho com zelo)
para
que eu possa rir em minhas tripas
da
minha própria limitação.
Caio
Bio Mello
08/06/2015
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