Duas
linhas retas
separadas
pelo tempo
no turbilhão da vida.
Desencaminhavam-se
como grãos de areia
perdidos
em um milhão de iguais,
na
homogeneidade discricionária.
O
paralelismo
ALEATÓRIO
E moroso
reproduzia-se
numa ânsia de incompletude.
A
descolorenteza
assintótica
arrastava-as uma para longe da outra.
O
mundo, vasto mundo,
aproximava-as
para deixá-las a poucos centímetros,
mas
jamais permitia-lhes o sabor do toque.
Era
o quase pelo nada. Nem sequer uma mísera tangente.
Na
valsa rebuscada, eram o tempo e o contratempo.
Corações
pulsantes, da mesma época, elaborados do mesmo fabril,
mas
repartidos por um quarto de século.
Pois
então, por um denominador comum,
regra
excessiva de um cálculo impossível,
perdeu
o prumo o destino e, em seu tropeço,
permitiu
(por um átimo) que se vergassem as retas.
Para
elas, bastou um único ponto,
um
centésimo de segundo – e nada mais –
para
que se fundissem por completo.
Jungidas,
entrelaçadas, transformadas em novelo,
explodiram
as retas num espiral de imensidão,
em
cores, ângulos e curvas.
E,
assim, ao dividi-las por si mesmas, multiplicaram-se
e,
por resultado,
na
raiz da equação, resultou o infinito.
Caio
Torres
08/06/2015
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