Há
algo imenso dentro de mim.
Um
grito costurado dentro de meu peito.
Verme
que devora silenciosamente meus órgãos.
Intrifinito.
É
uma parte de minha alma,
que
se faz presente ao não pertencer.
Está
nas minhas veias, correndo pelo meu sangue.
Um
líquido morno que escorre por tudo que vejo.
Indensidade
que perscruta minha presença.
Eu
não sei, não posso definir o que é.
Uma
presença ausente, um súbito pulsar retumbante.
Uma
condição física que permeia meu cotidiano.
Indivíduo
paralelo que sabe mais sobre mim
do
que eu mesmo.
Me
faz tremer de frio, estuporar minha escuridão,
vergar
meus joelhos.
A
vista desliza pelos objetos inanimados,
adicionando
a eles um quê de paralelo.
(a
origem de um eussubmundo que tangencia meu pensamento)
Defino-me
e me norteio por essa sensação de deslocado,
impossibilidade
absoluta de enquadramento.
Há
uma rebarba, uma presença,
a
reviravolta que flutua no fundo de minha mente.
Eu
posso ouvir as fragatas singrando. Quase posso vê-las.
Do
outro lado do vidro, há um homem canhoto
(talvez
o gauche de Drummond)
que
se refestela em meus versos.
Não
posso deter. Não sou forte o suficiente.
Se
pudesse me definir, Este é Caio e isso
aqui.
Um
idepoiesis – origem inegável de uma
captação incessante,
convergência
na subdensidade que eu nunca soube detalhar.
Está
ali. Inefável, mas presente.
São
manobras quase imperceptíveis que o definem.
Lá.
Latejando em minha criação, explodindo em ecos e caos.
Sim...
Posso sentir.
Caio
Bio Mello
27/09/2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário