sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O monólogo do ambulante

Tarde, senhô passageros.
Eu venho aqui pra vendê
todos meu mió produto
por um preço di banana.

Oceis pode procurá
por toda essa vizinança
mais nunca vai encontrá
coisa boua desse jeito.

Vendo bala e vendo doce,
tem Bubalu, tem Futrela.
Tudo cas mió fresqueza
qui eu não faço corpo mole.

Em casa tem sete fio
mas o qui fauta é comida.
Por isso eu peço favô
doceis podê miajudá.

É só me dá um real,
o troco du cobradô.
Num ônibus cheio assim
deve tê alma qui ajude.

E se tu passô cartão
e tá sem ninhum centavo,
pode me dá uma nota
que troco sempre vai tê.

Ô seu grande motorista!
Ô seu grande cobradô!
Eu sô muito gardecido
por deixá o meu trabaio.

Não vô mais enchê oceis.
Boa viage pra todos.
Meu povo, Deus tiabençoe.
Só com fé nóis segue vivo.

Améin.

Caio Mello 10/09/10

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