quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A saia

Na calada da saia
Vai um homem e vai a vaia
Vai um triste e mais um feliz
Destes que sempre forte se diz.

Saia longa, rodada saia
Venha loga, entra e saia
Que eu não tenho melhor lugar
Onde dizer de cor o par.

Saia nova, saia jeans
Destas que risonham fins
Com seus ares desatentos
Eu tento umas, tantas tentos.

Se for saia que esconde
Se esconde o rei, o esconde o conde
Todo homem tem mulher
E toda mulher faz o que quer.

É a distração da avenida
Do trabalhador já de saída
O verão se aprochegando
E as pernas no seu livre mando.

Mulata ou morena
Mulher grande ou pequena
Com seu gingado esperto
Mais perto meu bem, bem perto.

A saia quando gira sobe
Não há sóbrio que se sobre
Sobra só mundo todo a girar
Como num grito rouco de perder o ar.

E na hora de pegar a saia
Sai, saia, sai e que se caia
Que o atento não quer nada
A não ser mulher escapando a saia rodada.

Caio Mello
27/08/2010

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