Apenas um reflexo do que queria ter sido.
O corpo franzino, enfraquecido pelo tempo.
A alma apertada, carcomida e
imersa em diversas cicatrizes.
Dores e arrependimentos.
Imunda sensação de incompletude.
A mente padece e o corpo
logo se desfaz.
Os dedos já não são os mesmos.
As mãos já não são as mesmas.
Eis o mundo: supérfluo.
Um eterno circo de si mesmo.
O ato, o palco e os contos.
As ideias, os sonhos...
A utopia desmembrada.
A criança nunca cresceu
e o velho regride.
A condição de ser terra
e nunca ser raiz.
Aprofundamento na própria carne
e a carne regurgitante.
E os ideais, se os traísse?
Permaneceria talvez... Uma hipótese.
O claustro é a própria mente,
a solidão é mais um sentido.
Um sentimento isolado
preso a informações repetitivas.
O tempo perdido andando de costas.
Aquela tarde, aquele dia... E o presente.
O pressentimento e o recinto.
O ressentimento.
E uma nesga de
libertação.
Caio Mello
26/03/2013
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