terça-feira, 26 de março de 2013

Manicômio



Estou louco de fato.
Estou nu no meio do mato.
Se me pegarem assim? Eu juro que mato.
Não se pode invadir a vida de um homem no meio do ato.

Foi-se o tempo no qual a vida fazia sentido.
O nexo... Que nexo? Tal rancor de peito aberto.
O velho. Ele estava certo!
Ele me dizia que eu nunca devia ter nascido.

Ninguém faria o que faço,
nem se estivessem sozinhos no espaço.
Afinal, eu sou o ilustre palhaço
pintado de rosa, ambulante estardalhaço.

Eis um homem que nunca soube deixar a infância,
que nunca soube medir seus passos...
Está imerso na eterna ignorância,
vivendo o dia a dia num nó de laço.

Nufóbico raquítico recém-desnudo
o corpo branco e parco
relucinantenógeno
abasgatrusbeno

Mas calma... Eu nunca conheci um louco de perto. Loucaria ele assim reflexivamente? Ou seria a insanidade um estado tão profundo da alma que o louco não se saberia maluco? Os loucos são loucos e não o sabem: pensam-se sãos.

É...
Estou são de novo.

Caio Mello
26/03/2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário