sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Poeçonhento



O poeta demente.
O poeta errado.
O poeta putamerdaquerrogrotescto.

Falta de nexo, falta de sentido,
perda de coesão. De coração!

O silêncio bizarro
de uma mente retardada
com sabores amargos.

Uma falta de noção gigantesca
com o mundo inteiro.

Versos malditos.
Malconstruídos.
Desdentados, caídos, combalidos.

A destruição do belo, do justo e
da maravilha central do mundo.

A cegueira noturna.
A cegueira diurna.
A cegueira diuturna.

Uma bosta.
Simplesmente um enorme monte de esterco
fétido e humilhante.

O silêncio. Um só. Inteiro.
De roer os ossos, apagar os olhos
e afrouxar a carne.

É loucura, só pode ser.
A vista não se fecha. Aberta.
À noite, na imensidão perdida.

A vida inteira sem um único significado.
Errante, incompleto, indizível.
Debilitado mental.

E que se fodam os provérbios, os verbos, os desvérbios,
os decassílabos, a pentatônica,
a peruca e a pia antiga.

O homem,
resignado
prostrado
fraco
.

Caio Bio Mello
30/08/2013








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