Vejo tudo aquilo que há para ser visto.
Vejo as mulheres
infinitas e desconhecidas
e vejo os homens todos.
Eu vejo um futuro enorme
a realidade completamente sem limites.
Uma infinidade de sentimentos perdidos
em meu peito desgarrado.
Eu vejo aquela imensidão
que jamais poderá ser medida
e vejo as incertezas de meu peito
e vejo as dúvidas das estrelas.
Eu vejo um futuro,
aquela realidade necessária
da qual talvez façamos parte
ou simplesmente deixaremos tudo para trás
ao saltarmos de uma janela.
Eu vejo minhas mãos doloridas
meu olhos cansados
e meu peito vacilante
sem saber se erro ou acerto
se aceito ou se parto.
Eu vejo o fim do mundo
na ponta de meus dedos
no significado de seus olhos
e nós demônios que cobrem meu corpo.
Eu vejo as estrelas da noite,
vejo a noite em si,
vejo o sol estuporante
me meio às estrelas
enquanto todos somam seus brilhos
para uma imensidão diversa
que jamais terá fim
nem significado.
Eu vejo as palavras
todas elas. Todas.
Ao mesmo tempo.
Enxergo-as pelos objetos
pelos sentimentos
pelas pessoas
pelo mundo que se dá vida a um filho a cada segundo.
Eu vejo os milésimos!
Cada gota de suor que escorrer do seu rosto eu vejo.
Sinto o arfar de seu sussurro
Batendo-me assim tão doce aos meus ouvidos.
Eu vejo aquilo que não pode ser visto
vejo o fim de tudo começo da alma
transformação repentina de meus olhos
inconstantes e irreverentes.
Eu vejo o amarelo do farol piscar
num simples dever de pino
com a certeza dos passos apressados
e vejo as pegadas largadas a esmo
por passos ignotos.
Eu vejo os pássaros no céu.
O Carcará, minha ave.
Vejo as penas pedidas pelo voo
numa necessidade de revigoração.
Vejo unido. Junto.
Fraco, condoído. Sofrido.
Sôfrego. Semimorto.
Ao pequeno passo do fim.
Mas, mesmo assim, ainda vejo o Universo inteiro.
Caio Bio Mello
14/12/2013
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