quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Regredir

Despedaço-me por inteiro 
Desprendo-me aos poucos 
Despeço-me de mim 
Desdenho de meus restos 
Descambo à solidão e ao fracasso 
Denego minha capacidade 
Desrespeito tudo o que construí
Destruo o que me era de mais valioso
Desacredito de meus versos, minha razão de viver 
Desperdiço o dom que me foi concedido 
Desaprendo as melhores lições que me foram passadas 
Derreio meu próprio corpo
Desvivo no chão da rua imunda 
Debruço-me sobre minha loucura, no afã de encontrar uma solução 
Deploro a mim mesmo 
Degluto os meus pesadelos 
Desapareço, finalmente, do mundo sem deixar rastros. 

Caio Bio Mello 
11/12/13

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