De tudo.
Das vistas dos olhos das bocas
dos repentes das respostas
dos claustros dos equinos,
mas, além de tudo,
larga-me da dor!
Tira-a de mim.
Arranca-me minha loucura
e minha própria defasagem
comigo mesmo.
Cerra-me os olhos
com sovina eternidade
na falha que sempre fui
no erro que sempre fiz falta.
Volta para minha solidão sem idéias
para meu mundo sem sucessos
para meu corpo cada vez mais absurdo
para as minha cicatrizes abusivas
para as paredes que continuam despudoradamente brancas.
Não convivas comigo.
Não permaneças.
Não persistas aqui.
Persisto eu. Perscrutante.
Larga-me aos porcos
aos vermes à infâmia
ao silêncio do coração desnudo
ao mundo calado e estúpido.
Minhas erupções de imbecilidade
e os montes no horizonte cada vez mais altos e mais altos e mais altos.
Deixa-me na virada do tempo
onde o corpo doído perde sentido.
Deixa-me no chão para me deitar.
Deixa-me.
Larga-me de mim.
Caio Bio Mello
11.12.13
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