Em
meio à lama e ao lodo,
vê-se
um corpoalma que (clara)boia
em des(natura) sequência química.
Vê-se
a correnteza nefasta
da
maquinamundiao revirar a ganância.
[Hoje,
subimos muros mais sólidos que a intolerância,
mas
somos incapazes de erigir um concretoque sustente a água.]
O
corpo se revira, não respira,
é
arrastado pelos municípios.Os moradores sedentos encaram
os peixes boiando.
As
cobras, as lontras,
os
iates – todos caudalososno desespero do doce ao amargo,
do azul à lama (da lama ao caos).
O
defunto desliza, se desfaz,
não
toma prumo e se esquece. O (i)mundo que se inunda,
afunda e hiberna.
Perdemos
ou estamos perdidos?
As
respostas se contradizem e os silêncios são afogados
em direção ao mar.
Não
há como conter
se
pensamos apenas em contar.
O
corpo, meu Deus,
não
é um homem...É o rio e seu povo.
22/11/2015
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