segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Onde foi?

A máquina dos loucos 
A barca náufraga
Pobre nau 
Singrando a solidão 
Ao atravessar 
O universo 
Embalado a vácuo 
O grito dos mouros
Os afônicos de cinza 
O gris da cabeça 
O caminho paralelo
Esvaziando garrafas
O copo que verga
O corpo que treme e ri 
Não há bela poesia 
Que sobreviva a isto 
Meu lirismo é fraco 
Por favor me perdoem 
Não me reconheço mais 
Quando olho no espelho
Through The Looking Glass
E eu vivo ao revés
Nas rebarbas de mim 
Raquítico sentimental 
Debato-me no chão 
Por onde andará
O menino de noventa 
Que esconde seus olhos miúdos 
Por detrás de grossas lentes?
Talvez ele me soubesse dizer
Para onde estamos indo 
Porque, nesse exato momento,
Não faço a menor ideia. 

Caio Bio Mello
23/11/2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário