A máquina dos loucos
A barca náufraga
Pobre nau
Singrando a solidão
Ao atravessar
O universo
Embalado a vácuo
O grito dos mouros
Os afônicos de cinza
O gris da cabeça
O caminho paralelo
Esvaziando garrafas
O copo que verga
O corpo que treme e ri
Não há bela poesia
Que sobreviva a isto
Meu lirismo é fraco
Por favor me perdoem
Não me reconheço mais
Quando olho no espelho
Through The Looking Glass
E eu vivo ao revés
Nas rebarbas de mim
Raquítico sentimental
Debato-me no chão
Por onde andará
O menino de noventa
Que esconde seus olhos miúdos
Por detrás de grossas lentes?
Talvez ele me soubesse dizer
Para onde estamos indo
Porque, nesse exato momento,
Não faço a menor ideia.
Caio Bio Mello
23/11/2015
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