De um corpo feito, fez-se um corpo morto
Esparramado no chão, quadro torto.
Sobra só o sorriso no que se jaz,
mas, agora, o sorriso dorme em paz.
Se dorme em paz agora este menino,
não culpe o seu corpo fraco e franzino.
Pois foi a bala que engoliu o morro
em busca de desfeita e de desforro.
O frio que decidiu buscar a carne,
queria ser bala morta da berne.
Quem sabe no defunto bate a sorte?
E, talvez, o muro detenha a bala,
calando o que quase nunca se cala.
E o futuro não temerá mais morte.
Caio Mello
24/08/2010
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