Aos berros, nos
encontramos no inferno,
coletivo chamado
legião
das almas tão geladas
quanto o inverno
que marcham no ninho do
coração.
corrosão
Sofrerás o que sofro,
subalterno
à mendicante dor e à perdição.
Serás inanimado ser
eterno
fadado ao esmo na
obliteração.
imensidão
Não. Já não mais sobram
as luzes que transcendiam a carne
e possuíam a
realidade. Condição triste de vida,
estúpida e esquálida,
na irrealidade do todo.
Meus punhos, atados e
sangrentos, queimam.
degeneração
No mesmo modo hibernarás
que hiberno
ao fechar olhos, sem
ver solução,
sempre gritando ao
silêncio paterno
que leve à morte pela
inanição.
podridão
Maldição. Não tiveste
lápide, não tiveste respeito,
não tiveste dinheiro,
muito menos amor.
Estarás tão perdido
que guardarás em teus pulmões
o último suspiro que
deste em vida como um grande tesouro.
rouquidão
Parirás a criança ao
mundo moderno
que já nascerá cega da
visão
e viverá o fúnubre
fraterno
ânimo coletivo solidão.
desolação
Sobra-te só sentimento
prosterno
de, por fome, devorar
o varão.
Subjugado o sentimento
materno,
teu futuro acaba na
digestão
involução
daquilo que criaste
com amor e carinho...
E, depois de deglutida
tua prole,
voltar-te-ás ao que te
restou
e, enfim, consumirás teu
próprio corpo.
redenção
Primeiro os
braços
depois as
pernas
depois os olhos
depois as tripas
até não restar mais nada.
TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT
TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT
TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT
Caio Bio Mello
29/01/2014