terça-feira, 7 de junho de 2011

Tubo

O infinito é o meu amor.
O pra sempre eterno,
efêmero enclausurado
nos meandros do que sou.

Um facho ascendente de luz
me desliza pela garganta
e grito docemente
os prazeres da vida.

Deixo-me estar
no meio do campo de batalha.
Sempre estive.
E coroou-me a vida com os louros grisalhos.

A diversão é o objetivo,
o maravilhamento do espectador.
A obra-prima, obra-minha,
carne viva e jogo de olhar.

O vermelho, o roxo, o verde,
o azul e o preto.
Conexos, juntos,
a girar perante o sol.

Gira cataventando o querer
meu desejar de peito amplo.
A vida maravilhosa
explode perante minha vista.

Meus olhos toscos.
Esse óculos torto,
míope mil vezes.
Sujo nas bordas.

As gotas correm pelo vidro
como pequenos insetos
bonitos que brilham
com a cor dos faróis.

Muitos insetos caem no chão.
Outros, voam alto.
Alçar voo é fácil.
É uma questão de liberdade.

Liberto-me, enfim,
num ato de despir-me
das roupas rotas e toscas
que carreguei com meus preconceitos.

E, sem saber, gerei um diminutivo.
É simples atuar.
Difícil é interpretar personagens.
Na vida real, basta calar-se diversas vezes.

E rir quando riem os outros.
Riem demais.
E afetadamente.
Mas isso fica pra outro conto.

Caio Mello
07/06/2011

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