sexta-feira, 6 de abril de 2012

Quilômetros interiores


Ele desliza seu passeio
através do asfalto,
mostrando ao mundo
toda sua capacidade de subverter as vias.

Vai-se encaminhando
num simples passar
de futuro e passado e presente
num dia à noite.

Ele vê... Não são árvores.
Com certeza não.
Ele vê estrelas, na verdade.
Todas ao seu redor, brilhantes.

E elas são tudo.
São todos e brilham muito.
Passam rápido, muito rápido!
Parecem cometas rabiando pela história.

Ele não sabe de onde vem,
nem pra onde vai.
Sabe que o chão é grande e o asfalto infinito,
não há com o que se preocupar.

Crescem ao longo do curso
diversas árvores, enormes com seus galhos
que parecem engolir qualquer veículo
que se discorra por entre o verde.

Mas o veículo foge com habilidade,
agarra as rodas à terra
e voa mais alto que o chacal.
E corre mais rápido que a águia.

Ele, sim, é luz da noite.
É velocista, velocidade, velocímetro, velocípede.
É tudo, é muito.
É, sobretudo, um sonho.

Caio Mello
06/04/2012

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