A minha mente
tomada por teias
já não
raciocina mais.
Tudo aquilo
que a noite diz
já não pode
ser mais dito.
E eu?
Esquisito.
Pobre louco
sem significados
nem significâncias
nem qualquer teoria
que pudesse
trazer qualquer explicação. Porque as coisas não fazem o menor sentido, Nem
mesmo deveriam elas possuir sentido algum.
E nem as
entrementes de meu corpo frágil
poderiam me
dizer de mim mesmo.
Eu desmesmado.
VAZIO. Como um vômito gelado
no canto de
uma luz reluzente.
As
coisas são coisas. As coisas são coisas.
As
coisas são coisas. As coisas são coisas.
As
coisas são coisas. As coisas são coisas.
As
coisas são coisas. As coisas são coisas.
As
coisas são coisas. As coisas são coisas.
As
coisas são coisas. As coisas são coisas.
As
coisas são coisas. As coisas são coisas.
As
coisas são coisas. As coisas são coisas.
As
coisas são coisas. As coisas são coisas.
As
coisas são coisas. As coisas são coisas.
As
coisas são coisas. As coisas são coisas.
As
coisas são coisas. As coisas são coisas.
As
coisas são coisas. As coisas são coisas.
As
coisas são coisas. As coisas são coisas.
São
tão coisas
quem jamais
poderiam se dizer de mim.
Nem da morte.
Nem da vida.
Mas o não
morrer é também um estado de latência inexorável.
Como se
esperássemos ver no horizonte aquele navio
gigante com
motores a jato
perfurando
nuvens em forma de chocolate quente
com gotas
pequenas porém visíveis de canela.
Mas nem a isso
encorajo-me mais.
Porque meu
coração falha.
Porque sou
falho.
Porque milho.
Mijo.
Cu.
Uma grande
mentira. A granada da manteiga.
Do homem
contemporâneo desncessário no em seu existir.
Que a vida me
permita ser. Isso mesmo.
Agarrar-me a tudo
com gosto e raiva.
Expor minhas
tripas.
Ralar o chão com o meu sangue
lavar as
escadarias com meus órgãos
e explodir em
um milhão de pessoas diferentes.
Todas
com rostos diversos. Mas todas iguais. Todas iguais. Todas iguais. Todas
iguais. Todas iguais. Todas iguais. Todas iguais. Todas iguais. Todas iguais. Todas
iguais. Todas iguais. Todas iguais. Todas iguais. Todas iguais. Todas iguais. Todas
iguais. Todas iguais. Todas iguais. Todas
iguais. Todas iguais. Todas iguais. Todas iguais. Todas iguais. Todas iguais. Todas
iguais. Todas iguais. Todas iguais.TODAS TÃO IGUAIS que eu já nem sei mais quem
eu sou.
E
se eu soubesse não contaria pra ninguém.
Nem
pra mim mesmo.
Porque
me achar é o fim de minha busca
o
começo da estupidez humana.
Meu
coração?
Meu
coração por que?
Por
que?
Em cada
Herzschlag encontro-me mais perto do retumbar de uma alma.
Calma. Está
perto. Perdoa-me. Sim, eu posso sentir!
Posso ver.
Tum. Tum. Tum.
Tum. Tum. Tum.
Tum. Tum. Tum.
Tum. Tum. Tum.
Tum. Tum. Tum.
Tum. Tum.Tum.
Tum. Tum. Tum. Tum. Tum. Tum.
Tum. Tum.
Tum.
Uma hora
acaba. Uma hora acaba.
Um dia eu sei.
Um dia essas aranhas vão domar tudo que eu vejo.
Vão construir-se por cima de mim.
Vão construir-se por cima de mim.
Serei casulo
(nulo). Um caso nulo a nunca ser estudado por ninguém.
Eu só mais um
Severino qualquer. De nome adquirido na vida.
Por
coincidência. Quem diria Mello Neto? Que o destino nos traria tão pertos.
Mas distantes.
Porque estou
só. Sempre só.
Essas
palavras inúteis
que
me impedem de ser um homem normal
que
me dizem o que devo escrever
elas
se intrometem.
E não me sobra
mais nada senão escrever.
Nem palavras
são mais.
Bytes
morididas e cores numa tela. Não são palavras de tinta.
Não são
significados.
EU NÃO POSSO
NEM MESMO QUEIMAR MAIS OS MEUS POEMAS.
Posso “deletá-los”
com toda vênia de merda que o mundo me dê.
À morte Dona
Vênia. Perdão da agressividade.
Mas encare é
melhor. Vai. Todos nós vamos morrer um dia.
Uns mais.
Outros vão morrer menos.
Mas todos um
pouco a cada segundo a cada momento
a cada hiato
que nos impomos. Pomos. Fomos os cosmos.
As lendas de
outros tempos. Outros dias.
Ou talvez o nunca. Tralvez. Truth. Die Wahrheit.
Ou talvez o nunca. Tralvez. Truth. Die Wahrheit.
Que me perdoem
os disléxicos mas também o sou.
Falsa. Um muro
vazio.
De peito
aberto e coração à venda.
Paga-se pouco.
Por hora.
Paga-se por
UNIDADES DE TEMPO.
E assim o
tempo torna-se mensurável cabível
exequível pagável
bebível aníbal setúbal azul.
A bala eu vos
diria. Um tiro no peito.
Em vala comum.
Um enterro perfeito.
E os olhos
fechados com o prazer do fim do mundo
e um grande
quessefoda pra tudo isso.
Mandem
lembranças.
Caio Bio Mello
09/09/2013
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