Morrer é ato meu
comigo mesmo.
A minha terra
conhecendo minha
carne.
No triste fim da
imensidão
que os olhos podem
tomar na vida.
Quando o círculo de fogo queima as retinas
de homens perdidos no horizonte.
Morrer é ato
repentino
como o amor.
O núcleo de
significados
que perdemos ao longo
da respiração.
Meus dedos, rijos, não escreverão nem mais uma vírgula
e eu somente poderei rir de mim mesmo.
Vou rir da minha
conta de luz não paga.
Soltar gargalhadas de
meu misticismo barato.
No dia em que eu deixar
esse mundo roto,
não pagarei mais
impostos.
Minhas borboletras, trancafiadas no armário,
serão finalmente livres.
O mundo inteiro de
cores
que eu finalmente
poderei visitar.
E minha alma como uma
grande nuvem,
voando a esmo pelo céu.
Morrer é simples.
Mas pode ser muito chato.
Pode ser indolor,
insípido, inodoro
e inconsequente.
Morrer é tirar férias
eternas do emprego,
sem nem mesmo ganhar
aposentadoria.
Morrer, talvez, é agora
fechar os olhos e finalmente conseguir dormir.
Caio Bio Mello
08/09/2013
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