de um triste ser de olhos abertos.
Os sonhos - dessonhos.
Eu, sonhante, neste pesadelo vivo
com uma perna no mundo irreal
e a outra em minha cama.
Perdido em meio a trovões.
"Estás vivo?"
Retumba no fundo da galeria
das almas.
Galhos secos se retorcem
dentro de meu peito.
A caatinga de um homem só.
Os meus sonhos me sonham.
Me devoram, me digerem.
Estou dilacerado, triste,
doido e doído.
E, sem mesmo saber dos caminhos,
sigo numa tortuosa reta
à busca do nada, do nada e do nada.
Nada serei. Jamais serei.
Uma presente existência desdita
num ridículo onirismo
que nunca vai ter sentido algum.
Aos pesadelos, então.
Ao menos eles me são honestos.
Dizem-me a verdade escancarada
que me queima os olhos e
torra a alma.
Eles me mostram a verdade
que eu sempre soube,
mas que nunca aprendi a admitir.
No mar das mariposas, enfim,
que me afoguem
para meu cadáver
nunca mais ser encontrado.
Caio Bio Mello
23/09/2013
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