Menina doce dos meus olhos
com sorriso de canto de boca
que sabe o que quer,
se decide sozinha.
É suave, é doce,
joga olhares devagar.
Sem pressa,
rindo da vida e de mim.
E eu dou risada também.
Que a graça existe
pra gente ver andar
assim bonita pela rua.
E a rua se enche toda de cor
se enche de alegria
numa tarde de sol
que só de Deus viria.
E você, meu anjo,
tão complicada e fascinante
simplesmente me devora
com vontade e cachos.
Essa mania de sair da sala
e deixar ainda sua presença
um cheiro doce
que me faz lembrar.
É um simples desejo
pequena vontade
que eu lembro
assim antes de dormir.
E antes de sonhar eu sonho.
Sonho acordado quase,
sonho você me sonha
e de sonho a gente dorme.
Acordo no dia seguinte louco
o sol chegando singelo
pela fresta da finestra
os travesseiros pelo mundo.
A gente se vê um pouco
e de muito esqueço seu rosto.
Se não consigo lembrar
é de tanto ver que me perco.
Parece que me queima
a imagem na minha cabeça.
Vira livro gasto que acaba
esfarelando.
Então, só fico com mais vontade de te ver.
E singela passa ela
passarela passam olhares junto
atrás e aos poucos.
As cores tantas desse mundo
a sua certeza de ser
me deixa com vontade
de para sempre ser a tarde.
Caio Mello
03/04/2011
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