As bordas perdiam o nexo
num jogo maravilhoso
de cores e matéria.
Os detalhes suavizavam-se,
jogavam-se num baile
doce.
Eu, que achava ter tanto controle,
encontrei-me imerso nesse
novo mundo.
A plasticidade imperou, recriou versos,
entortou as ruas,
vergou os prédios.
Fiquei inerte.
Estupefato, somente respirava.
Era um sentimento de contemplação.
Ou seria medo, angústia?
Difícil de definir.
Mas a verdade era que ele tinha um fundo maravilhoso.
Eu sentia prazer.
Sentia-me uno com as curvas,
total nos meus feitos.
Eu podia alcançar os arranha-céus
num mero jogar de dedos.
Podia sentir o gosto do vento.
As ondas vinham suaves sem muito dizer,
verbavam seus desejos
e eu ficava à dervia.
Quase me perdi.
Por pouco não consegui nadar de volta.
Ou pensar de volta.
Mas, no fundo, a vontade era de
ficar por lá...
Deixar o mundo como ficou nesse jeito.
Foi então que descobri que
esse mundo
e o outro
são iguais.
Caio Mello
01/04/2011
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