domingo, 3 de abril de 2011

Solidariedade

As cores vão sambando
vão assim
de quando em quando
e não sou eu que mando.

Pulam pra cima
detrás de volta
a volta uma pirueta
e parece tudo coisa junta.

E o som de fundo
undo undo undo undo
patch patch tom patch
bate bate som bate.

Eu achando engraçado
toda essa mistura
tudo se perdendo
como se a tinta escorresse.

Tão fácil assim dar voltas
simplesmente escorregando
devagarzinho
pelas coisas tingidas.

Eu levanto as mãos num movimento
que ninguém entende.
Eles não veem
o que eu vejo.

Eu vejo sozinho.
Tem que ser assim, né.
Queria alguém pra ver
também. Mas...

Deixa pra lá.
Tá engraçado desse jeito.
Tem gente que dá risada também
mesmo sem entender.

Legal, poxa,
pelo menos não tô sozinho.
Dá risada, vai...
Ri he he he de novo.

Mas eu nem ligo pra eles.
Ligo pras coisas ali.
Juntinhas, mistas,
passando o som.

O chão parece um oceano
e os barcos singrando
mares nunca dantes navegados.
Bonito, muito.

As colunas vergando
como mãos gigantes,
descendo
flexíveis.

Sorrisos flutuam
num jeito gostoso.
Braços, pernas,
jogos intensos de luz.

Bem tranquilo.
Não preciso de mais nada.
Olha só que bonita
essa noite que eu tenho.

Caio Mello
03/04/2011

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