Era um trem poderoso, forte trem
Seguia rumo mesmo sem bitola
Atravessava voando infinito
Força de vontade carvão laranja
Deixava atrás de si caminho escrito
Correndo tudo como quem esbanja
Mas sabendo bem como se controla
A levar mais de cem sem ver a quem
Sempre de tarde era roxo o céu
Ele parava em nuvens pelos cantos
Tirando graça de todos os santos
Escrevendo em roxo no zulpapel
Tirava montanhas de suas bases
Crescia arbusto num olho piscante
Desmontava-se, voava mais longe
Chegava à metafísica das peças
Estava mesmo sem saber aonde
Vivia frenesi, viagem presta
Risco traço verde desenho errante
Passando pelas sentimentais fases
Pessoas sentadas olhos-janelas
Todas alegres, tristes e complexas
essa aqui melhor, essa já não essa
Levava sempre todas, todas elas
E desse destino, quem é que sabe?
Só uma parada no fim da tarde.
É porque desse trem só sabem poucos
Sabem cegos, santos e também loucos.
Caio Mello
26/03/2011
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